sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Atrás do Sol-Posto

Partira ao encontro do Sol, para andar um pouco mais (pensara ele na altura, pois de muito se tratava, que o Sol é muito enorme). Partira, porque sempre lhe diziam que atrás do Sol-posto é que era!... “Atrás do Sol-posto é que era!?”, “ Sim! Se está tão longe e tão escondido, é porque… só pode ser bom, valioso; mais, o melhor, não é?...” Experimentara todas as direcções e sentidos, mas aquela, efectivamente não. Era hora!

Partira então…, e andara e andara e andara e já ele quase não era quando, finalmente, chegou. “Eis, meus átomos, o nosso rei, não, o nosso imperador... posto! Outros, noutros impérios, serão também eles, postos ou não, alvo de demanda?... Creio, convicto, que sim!”. Aí, assomado por lucidez inverosímil, adivinhava o muito muito, muito muito mais que havia ainda pr’andar… Sentado, quase desfalecido, sem forças capazes de um regresso, eis que – ainda hoje o não sabe explicar –, num repente, se vê a andar andar, andar sempre sem parar, ele, o pleno, até que - não sabe quantas luas passaram –, num júbilo sem precedentes, se vê atrás do Sol-posto… Num júbilo sem precedentes… em intensidade; em fugacidade!... Se vê atrás do Sol-posto…mas não… ainda não era lá. Reiterada condição!

… Sei-o, porque m’o contou: Nesse tempo mui onírico, fiquei também a saber que no momento em que encetara tão grande mas usada empresa, ainda não existiam barras energéticas nem água engarrafada e o usado e desgastado ditado “ não há fumo sem fogo” ainda não era dado… E eu disse-lhe: “ O que tu fizeste, ainda hoje se faz.”… Fugiu, triste, do meu sonho!

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