Certa noite de determinado Verão, tendo um meu amigo em segundo grau
ido com outro amigo - meu também, mas já num afastado terceiro grau –
a um arraial, daquelas peculiares festas de Verão tão enraizadas aqui
na nossa “jangada de pedra”, a dada altura, e já com o grão na asa –
mas não um grão qualquer, que daqueles com um diâmetro já bem
jeitosinho se tratava! -, pede o meu amigo em terceiro grau ao seu
amigo mais directo, que era o dono do transporte - uma velha
motorizada de duas mudanças no punho: “ Eh zé, vamos à festa do
Seixo?”; “ Ó homem, não estás já numa festa? ”; “ Eh pá, pois, mas
isto aqui não está a dar! ”; “ Ó meu, ainda agora aqui chegámos e já
tens ideia formada acerca do rendimento?! ”; “ Eh pá, já aqui estamos
há mais de duas horas… E depois, sabes, está lá a Tininha,? Por favor,
pá! “; “ Tu estás que nem um cacho. Deixa-te mas é estar quietinho,
que ainda evitas más figuras! “; “ Que é que queres dizer com isso? “;
“ Nada, nada. Estás um chato do caraças! “; “ Zé, por favor, pá! Ao
menos leva-me lá! “; “ Pronto, chaga, anda daí!”.
E assim foi. Daí a minutos já se encontravam em cima da bicha que era
suposto transportá-los até ao outro centro de engate, em simultâneo
funcionamento não longe dali. Mas eis que, já perto do destino, o grão
faz das suas: numa curva, até nada apertada, diga-se, protagonizam tão
grande espalhanço que o meu amigo em terceiro grau vai parar dentro
dum poço… fundo… bem fundo… “ Eh zé, zé, tira-me daqui, tira-me daqui!
“… O outro, completamente esfarrapado e com sentido gemido na voz: “ Ó
pá, tu também não estás bem em lado nenhum! “.
De maneira que é assim!
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