terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ó pá, tu também não estás bem em lado nenhum!

Certa noite de determinado Verão, tendo um meu amigo em segundo grau

ido com outro amigo - meu também, mas já num afastado terceiro grau –

a um arraial, daquelas peculiares festas de Verão tão enraizadas aqui

na nossa “jangada de pedra”, a dada altura, e já com o grão na asa –

mas não um grão qualquer, que daqueles com um diâmetro já bem

jeitosinho se tratava! -, pede o meu amigo em terceiro grau ao seu

amigo mais directo, que era o dono do transporte - uma velha

motorizada de duas mudanças no punho: “ Eh zé, vamos à festa do

Seixo?”; “ Ó homem, não estás já numa festa? ”; “ Eh pá, pois, mas

isto aqui não está a dar! ”; “ Ó meu, ainda agora aqui chegámos e já

tens ideia formada acerca do rendimento?! ”; “ Eh pá, já aqui estamos

há mais de duas horas… E depois, sabes, está lá a Tininha,? Por favor,

pá! “; “ Tu estás que nem um cacho. Deixa-te mas é estar quietinho,

que ainda evitas más figuras! “; “ Que é que queres dizer com isso? “;

“ Nada, nada. Estás um chato do caraças! “; “ Zé, por favor, pá! Ao

menos leva-me lá! “; “ Pronto, chaga, anda daí!”.

E assim foi. Daí a minutos já se encontravam em cima da bicha que era

suposto transportá-los até ao outro centro de engate, em simultâneo

funcionamento não longe dali. Mas eis que, já perto do destino, o grão

faz das suas: numa curva, até nada apertada, diga-se, protagonizam tão

grande espalhanço que o meu amigo em terceiro grau vai parar dentro

dum poço… fundo… bem fundo… “ Eh zé, zé, tira-me daqui, tira-me daqui!

“… O outro, completamente esfarrapado e com sentido gemido na voz: “ Ó

pá, tu também não estás bem em lado nenhum! “.



De maneira que é assim!

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